Uma breve história do sapato de jazz

No começo, quando a dança e a música do Jazz estavam diretamente conectadas, usava-se para dançar o sapato que fosse tendência à época. Antes da popularização das swing dances, somente professores e bailarinos profissionais tinham acesso a sapatos que davam mais possibilidades às suas danças, era o período do vaudeville. Mas com o charleston e o foxtrot sendo as danças do momento, homens e mulheres não profissionais também calçavam sapatos que facilitavam a execução dessas danças. O tipo de calçado mais comum para a prática era o também usado para sapateado. 

Com a dança do jazz sendo apropriada nos musicais da Broadway, onde outras danças eram mais recorrentes, o calçado para a sua prática foi ganhando mais mobilidade. Permaneceu um tipo de tênis que também era usado na era do swing e que pode ser visto no musical “Amor Sublime Amor” (1961). 

Mais tarde, na década de 1980, a Capezio lançou o que pode ser entendida a primeira linha de sapatos para jazz, considerando que estamos falando desse jazz que foi apropriado. Devido a sua estética, acabou sendo adotado para fora dos palcos e das salas de dança. Principalmente entre meninas norte-americanas, ainda no ensino médio que combinavam seus sapatos de jazz com meias 3/4, saias xadrez e blusas de gola alta. 

Atualmente, com as várias apropriações do jazz dance, existe também as várias escolhas para o que se usar nos pés. Desde os agora tradicionais feito em couro, com sola dividida e um pequeno salto de borracha – muito mais próximo do original – até meias de algodão.  Mas se estamos falando de um calçado para Jazz, a mãe das street dances, o que as pessoas que atualmente dançam sua versão original estão calçando? A grande maioria opta por sapatos, com uma estética mais próxima do que poderia ser chamado de vintage, mas muitos também utilizam tênis. Isso é algo que pode dividir opiniões entre praticantes de lindy hop, onde é importante um calçado que não tenham tanto atrito em contato com o chão, então, para alguns, um calçado mais tradicional com cara de social, é a melhor escolha e diferente do tênis, não “quebraria” a estética da dança. 

A meu ver, se estamos falando de uma dança que está ligada ao social e que é também de agora, atual, não há necessidade alguma de seus praticantes precisarem remeter à uma estética vintage para a sua prática, mesmo que saibamos o quanto a vestimenta significa e é importante quando estamos falando sobre cultura do Jazz.

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